Há algumas cartas atrás, recebi um email com a seguinte pergunta:
Confesso que já não achava mais que alguém me questionaria.
Quando escrevi As 5 Melhores Cartas, comentei que a meta para esse ano era produzir mais 26 textos - idealmente, 1 a cada 2 semanas.
Como 10 já tinham saído na temporada 2023, assim que eu chegasse na carta 36 saberia que teria cumprido a meta..
Pois vejam só, ainda temos cerca de 2 meses e meio até 2025..
Mas a carta 36 - esta daqui mesmo - já saiu.
Com o cumprimento da meta e a pergunta feita, fez sentido dar um pulinho lá trás e lembrar de como tudo começou..
Para então explicar o que raios é o LIR que sempre aparece no cabeçalho e rodapé das cartas.
Junho de 2023
Depois de ter lido por tudo quanto é canto - sobretudo por ter começado a ser premiada diversas vezes - resolvi começar uma série nova:
The Bear
Sim, hoje temos pela primeira vez, uma recomendação de série por aqui. Repito, essa é uma carta especial.
Do que lembro bem, não precisou mais do que alguns minutos do primeiro episódio para eu ter decidido maratonar a série no menor tempo que pudesse - a segunda temporada sairia dentro de alguns dias.. E, foi devidamente maratonada em sequência.
Dentro de alguns dias, lembro que torrei a paciência tentei convencer uma amiga a assistir também - considerando que até hoje ela não seguiu a recomendação, peço que não façam o mesmo, por gentileza.
A série retrata a dinâmica - e a insanidade - do dia a dia em uma cozinha de lanchonete em Chicago. Para evitar spoilers, os melhores pontos para justificar a recomendação podem ser resumidos em:
O elenco e as participações especiais são simplesmente fora de série
Trilha sonora marcante - Hope We Can Again é um misto de sentimentos totalmente inexplicável
A produção é de outro quadrante da galáxia - existe uma beleza indescritível no 1º EP da 3ª Temporada
Mas, por conta do enredo e dos dilemas de alguns personagens - o que, na minha opinião, torna a série ainda mais “humana” e realista - é preciso advertir ela contra pessoas naturalmente ansiosas e que se sintam incomodadas de alguma forma ao ter que presenciar o puro e completo caos.
Um bom exemplo seria o 7º EP da 1ª Temporada, que é uma “agonia” contínua do segundo zero até o último - o que me faz considerar um dos melhores episódios, por sinal 😅.
Apesar do 7º Episódio da 2ª Temporada ter arrancado aplausos de mim quando assisti - inclusive emplacou a posição 38 dos 100 Melhores Episódios de Séries de Todos os Tempos, é uma frase, repetida ao longo da história, mas sobretudo nos finais de 1ª e 2ª temporada, que ficou na minha cabeça pra sempre:
Let it rip.
A última vez que lembro de ter ouvido ela, eu devia ter meus 10 anos e estava, como boa criança frente uma febre, jogando beyblade adoidado com amigos.
Sabe-se lá porque, os personagens do desenho diziam essa frase quando começavam as partidas.
Algumas décadas - e todo um (espera-se) amadurecimento depois - a frase tem um outro significado, agora trazido por The Bear.. Assistam a série para saber mais.
E bastou terminar a 2ª Temporada para agir em cima dela.
Como o aplicativo TV Time não me deixa mentir, eu terminei de assistir os episódios dia 29 de junho de 2023:
Foi uma quinta.
Eu já tinha conversado em outro momento com uma amiga sobre “começar uma newsletter”. Para ser sincero, desde março daquele ano eu já tinha criado essa minha conta no Substack.
Bom, eu não tava nem um pouco afim de criar uma newsletter sem ao menos 1 outra pessoa além de mim - cobaias são importantes nessas horas.
Então na sexta, final do dia, eu sentei para escrever um email para uma amiga - sim, a mesma que não seguiu minha recomendação de assistir The Bear.
Ia aproveitar para relembrar algumas histórias da outra vez que me aventurei a escrever “publicamente” - e que ela estava lá - contar um pouco de como me sentia frente a viagem para a França que estava no horizonte próximo..
E obviamente contar da “novidade” que era essa newsletter.
Eu ainda ia descobrir que ela ficaria mais empolgada do que eu imaginava, mas achava que ao menos ela ia de fato se inscrever para acompanhar.
O título do email? Não poderia ser outro:

Tudo certo, Rodrigo. Sua amiga provavelmente vai se inscrever e ao longo da semana que vem a gente consegue programar e escrever a primeira carta..
Negativo.
As respostas dela após o email me deixaram tão confiantes e confortáveis, que acabei acelerando os planos e decidi que naquele final de semana mesmo sairia algo.. Let it rip.
02 de julho de 2023
Naquele domingo, aconteceu o primeiro clique no botão “Enviar para todos”:
Tudo que vi, que li, ouvi e aprendi: Jun 2023
Quem diria que eu começaria justo com a série que vira e mexe eu atraso por aqui 😅..
Na ocasião, fiz questão de adicionar ao longo do texto a frase, que naquela altura já estava incorporada na minha pessoa:
Além disso, quando uma conta é criada no Substack, um texto “Coming soon” já fica à disposição.
Lembro que não queria deletá-lo, embora não tinha muito o que escrever nele também.
Nessa pequena aventura pela linha do tempo, aproveitei para conferir o post e relembrei que, no fim das contas, eu tinha alterado a publicação, deixando apenas uma única frase e um aviso:
E pensar que 36 cartas depois, uma meta de escrita batida e uma pergunta..
..
A hora certa enfim chegou.
..
Quanto ao GIAL, embora acredite que ele não seja tão difícil assim de adivinhar, a carta sobre ele ainda deve tomar um bom tempo até ser escrita..
A história dele está em um patamar diferente, eu diria..
036/400
GIAL | LIR
Rodrigo Miranda
PS: Me conta o que você achou dessa carta. Pode responder pelo email mesmo.
PS 2: Carla, obrigado por, despretensiosamente, ter fornecido a ideia para esta carta.